Hoje, voltei ao Mirante e naquele instante, mais uma vez percebi a singeleza da criação.
O mar em seu vai e vem, musicalmente, é ofertado para quem estiver disposto a exercitar a audição.
Em meu olhar a movimentação das ondas ecoa.
Sim, em escuta! Ouvi melódica canção. Atitude rara em nossos dias.
Cantos ancestrais esquecidos no maremoto de preconceitos que são difundidos em meios digitais.
Navegar continua sendo preciso, no entanto, advirto! Com respeito aos navegantes antigos.
Com veneração ao mar, ao sacro canto da rainha Iemanjá.
Odoyá! Salve mãe! Dito de forma baiana: Mainha.
Meu coração é pura alegria, uma festa percorre as artérias de minhas veias, graças a música sagrada que aquela vista me fez evocar.
Maravilhosa imagem do meu mar. Águas de mamãe, rainha!
Reverenciada em minha terra, vinda da África e protetora da Bahia!
O meu corpo em atitude solene reivindica!
Abençoado, seja terra e mar!
Todos os navegantes e habitantes da terra que em mim habita.
Imagem:
Baiana de acarajé
Acervo pessoal