Balas têm cor
Escorre do rosto
O líquido que não para.
Soldados brancos de matar
Atiram.
Projéteis de longo calibre
Atingiram o que restava de digno.
Ah! Acabo de ver mais um corpo estendido.
Vi teu branco sorriso um som maligno.
Eles admiram suas armas!
O povo sente no corpo a cor das valas.
Valas abertas para negro cadáver.
O outro morreu! Indignidade.
Não fui eu!
Tiros! Tiros! O teu pente acabou e deu cabo a um destino que queria viver.
Novamente ouço tiros, pavor, alguém morreu.
Dor!
As balas têm cor.
Hércules Azevedo
Enviado por Hércules Azevedo em 16/07/2020